Quarta, 09 de outubro de 2024
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Lombalgia

A dor (algia) localizada na região lombar (lombalgia) é considerada, nos dias de hoje, como uma das grandes causas de absenteísmo nas indústrias. Acredita-se que ela acometa, em algum momento da vida, até cerca de 90% da população adulta, sendo que na grande maioria das vezes ela incidirá mais de uma vez.

Lombalgia não é uma doença e sim um sintoma.

Ela é a segunda maior causa de consultas médicas nas áreas de Reumatologia/Ortopedia/Fisioterapia, sendo que nos prontos atendimentos só perdem em volume de atendimento para as alterações respiratórias.

Quando pensamos em um indivíduo com queixa de Lombalgia, devemos ter em mente que esta sintomatologia pode ser originária de problemas próprios da coluna, de vícios posturais ou, ainda, decorrente de alterações em outros órgãos.

Doenças intra-abdominais tais como apendicite, aneurismas, doenças renais, infecções da bexiga, infecções pélvicas, distúrbios ovarianos, tumores, processos vesiculares entre outras, podem causar dor referida na região lombar.

Sem dúvida, de todas as causas de lombalgia na população economicamente ativa, os vícios posturais respondem pela grande maioria das queixas lombares em prontos socorros.

Processos degenerativos discais e articulares, más-formações congênitas, hérnias discais, escorregamentos vertebrais (Listeses), estenose de canal vertebral muitas vezes pré-existentes, já de longa data, em determinado momento, em virtude de esforços inadequados, vícios posturais, quedas etc., passam a desencadear sintomatologia dolorosa.

Toda vez que estivermos diante de uma queixa de lombalgia, secundária a alguma doença de base, a história clínica e um exame clínico minucioso podem determinar o grau de incapacidade gerado por esta doença.

Hiper contratura para vertebral, desvios antálgicos, dificuldade de flexão e lateralização, marcha antálgica, alterações de reflexos, são achados freqüentes observados nos exames clínicos de pacientes com sintomatologia verdadeira, como os portadores de hérnia discal aguda.

Diante de achados clínicos importantes e persistentes cabe sempre ao especialista investigar as possíveis causas desta sintomatologia, sendo que, a correta terapêutica a ser instituída estará diretamente relacionada ao correto diagnóstico.

Jamais devemos esquecer que a coluna lombar poderá, também, ser sede de dor em distúrbios de ordem emocional. Nestes casos específicos a dissociação exame clínico e queixa apresentada será sempre evidente.

Dr. Antonio Carlos Novaes (Reumatologia)
Especialista em Reumatologia e Medicina do Trabalho